Desembargador do Tribunal Regional do Trabalho é afastado suspeito de assédio moral em serviço

  • 02/10/2025
(Foto: Reprodução)
Desembargador do Tribunal Regional do Trabalho é afastado suspeito de assédio moral em serviço Um desembargador do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Rio de Janeiro foi afastado do cargo suspeito de assédio moral no serviço. A investigação contra Roberto Nórris identificou pelo menos dez vítimas desde 2013. As dez são servidores que trabalhavam no gabinete de Nórris. A decisão do afastamento é do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, que se baseou na sindicância feita pelo TRT. Entre as funções do desembargador, está punir assédio moral no ambiente de trabalho - acusação que foi feita contra ele. De acordo com o relatório final da sindicância aberta pelo TRT, "o comportamento do desembargador revela uma prática contínua de assédio moral, em que servidores eram alvos de críticas desproporcionais, tratamentos humilhantes e cobranças arbitrárias, desprovidas de orientação construtiva.'' Ainda segundo a investigação do tribunal, as mensagens, marcadas por cobranças excessivas e linguagem desproporcionalmente dura, evidenciam um padrão de desvalorização contínua do trabalho dos servidores. Não apenas pressionavam os funcionários fora do horário de expediente, mas também transmitiam críticas e ironias, sem qualquer caráter construtivo, expondo os destinatários a constrangimento, segundo a sindicância. Uma das vítimas, entrevistada pelo RJ2, disse que já ouviu que era preferível “pular da janela do que entregar um trabalho desses”. O gabinete ficava no 10º andar do prédio. “Muitas das vezes ele jogava no chão para que a gente pegasse e nós éramos obrigadas a refazer o voto inteiro simplesmente trocando as palavras por sinônimo”, afirma. Desembargador é afastado por assédio moral no RJ Reprodução/TV Globo Nos depoimentos, as vítimas narraram algumas das críticas, como as reproduzidas abaixo: “Você já viu alguém em sua vida escrevendo parágrafo assim? Nem quem não estudou direito faz assim”; “Esqueci que é feriado só para você” - a frase foi dita após a servidora não responder imediatamente a uma mensagem do desembargador; “Seus votos são os que eu mais tenho que corrigir”; “Você não tem perfil nem para estar aqui no TRT” - disse a uma funcionária com doutorado em Direito; “Quem fez esta pérola?”; "Vocês não sabem gramática”; “Não sabem usar vírgulas”; “Só fazem tudo errado”; “Só você não entende nada”; “Não lê”; “Você acha que é a desembargadora?”. De acordo com a sindicância, os laudos médicos mostram consequências psicológicas nos servidores, como ansiedade generalizada, depressão profunda e, no caso de quatro deles, ideação suicida. “Fazia a gente se sentir tão pequeno, tão inferior, tão nada que é como se a nossa vida mesmo não valesse a pena”, afirmou uma vítima em entrevista. As suspeitas sobre o desembargador Roberto Nórris começaram em 2016, quando três funcionários entraram de licença médica com quadro parecido. A alta rotatividade do gabinete também chamou atenção. O processo só teve início em 2022, quando três servidores denunciaram o magistrado. “Ele dizia que gostaria de nos colocar no tronco. Uma vez ele disse no gabinete em alto e bom tom. Ele disse que a escravidão foram os tempos áureos da história brasileira. Os tempos de ouro da história brasileira foi a escravidão”, afirma a testemunha. A sindicância listou os efeitos do assédio nos funcionários do gabinete, entre eles hiper pressão com relação a metas e prazos, exposição vexatória, superdimensionamento de erros, ameaça de difamação no ambiente do tribunal. Roberto Nórris se defendeu na sindicância afirmando que “é vítima de vingança por parte da coordenadoria de saúde do TRT”. Ele diz que sofre represálias por ter aberto procedimento apuratório sobre os pedidos de licença dos servidores do seu gabinete. O desembargador afirmou, ainda, que teve violado os princípios da ampla defesa e do contraditório e que não teve acesso à íntegra das provas apresentadas contra ele. Segundo o desembargador, as críticas aos funcionários não podem ser criminalizadas, nem o seu poder de fiscalizar a produtividade dos funcionários. Roberto foi afastado das funções enquanto responde ao processo administrativo disciplinar. Ele pode perder o cargo se for considerado culpado. A TV Globo tentou contato com o desembargador, mas não teve retorno. O Tribunal Regional do Trabalho disse que todas as deliberações do Conselho Superior da Justiça do Trabalho foram cumpridas.

FONTE: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2025/10/02/desembargador-do-tribunal-regional-do-trabalho-e-afastado-suspeito-de-assedio-moral-em-servico.ghtml


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