Dificuldade de acesso atrasa perícia e retirada de corpo de médico após queda de avião no Pantanal
17/09/2025
(Foto: Reprodução) Aeronave saiu de Araçatuba (SP) com destino a Figueirópolis D'Oeste (MT).
O corpo do médico e pecuarista Ramiro Pereira de Matos, de 67 anos, vítima da queda de um avião no Pantanal de Mato Grosso do Sul, deve chegar a Campo Grande no fim da manhã desta quarta-feira (17). O resgate enfrenta dificuldades por causa do difícil acesso à região isolada e conta com aeronaves do Corpo de Bombeiros e apoio do Serviço de Busca e Salvamento (Salvaero).
Equipes do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV) e do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco) devem ir ao local para iniciar a perícia e investigar as causas do acidente.
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“Iremos somar esforços para irmos juntos para o local e cada um executar sua atribuição. Provavelmente tentaremos chegar na quinta-feira”, afirmou a delegada Ana Cláudia Medina, responsável pela investigação no Dracco.
Segundo a delegada, o corpo será levado até a sede da fazenda com apoio do Salvaero e, depois, transportado pela aeronave GOA do Corpo de Bombeiros até Campo Grande.
As diligências e exames periciais ainda estão sendo definidos por causa da dificuldade de acesso. A prioridade, neste momento, é o resgate do corpo do piloto. Depois, serão feitas as investigações necessárias para apontar as causas do acidente, segundo explicou a delegada.
O que diz a FAB?
Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), as condições meteorológicas eram instáveis, com chuva forte e trovoadas no momento do acidente. O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) atuou na operação.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) havia emitido um alerta de tempestade com “perigo potencial” para a região do acidente. O aviso começou às 10h de terça-feira e seguiu até as 23h59 do mesmo dia. O alerta indicava possibilidade de chuva entre 20 e 30 mm/h, podendo chegar a 50 mm/dia, ventos entre 40 e 60 km/h e queda de granizo.
Queda de avião entre Corumbá e Coxim (MS).
Arte/g1
Acidente aéreo
Ramiro viajava sozinho em uma aeronave monomotor, de prefixo PS-FDW. O avião decolou de Araçatuba (SP) com destino a uma fazenda em Figueirópolis D’Oeste (MT), desaparecendo do radar do Centro de Controle de Área Amazônico, quando estava próximo de 6km do destino. A queda ocorreu cerca de uma hora após a decolagem, na região do Pantanal.
Os destroços da aeronave e o corpo do piloto foram localizados por volta das 14 horas, nas dependências de uma fazenda em Corumbá (MS).
A família acompanhava o trajeto por meio de um aplicativo de rastreamento aéreo e notou o momento em que o sinal da aeronave desapareceu do radar. Após isso, entrou em contato com moradores da região para solicitar ajuda nas buscas.
Equipes da Força Aérea Brasileira partiram de Campo Grande para realizar as buscas pelo piloto e pelos destroços.
Segundo o site de rastreamento Flight Aware, o avião decolou às 6h39 e tinha previsão de pouso às 7h50.
De acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro, da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave Cessna P210N, fabricada em 1980, estava registrada em nome de Ramiro. Tinha capacidade para cinco pessoas e sua certificação de aeronavegabilidade estava válida até agosto de 2026.
Médico e pecuarista
Ramiro nasceu em Presidente Prudente (SP), mas vivia em Araçatuba. Era formado em medicina, embora nunca tenha atuado na área, dedicando-se à agropecuária.
Segundo o filho, Flavio Matos, Ramiro era piloto experiente e possuía toda a documentação necessária para exercer a atividade.
Ele mantinha uma fazenda em Santo Antônio do Aracanguá (SP) e outras duas propriedades rurais, uma em Mato Grosso do Sul e outra em Mato Grosso. Deixa a esposa, de 63 anos, e dois filhos, de 34 e 37 anos.
Médico ortopedista morreu em queda de avião.
Redes sociais/Reprodução
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