Não haverá redução unilateral de tarifas sobre a China, diz porta-voz da Casa Branca
23/04/2025
(Foto: Reprodução) Declaração de Karoline Leavitt foi feita nesta quarta-feira (23), durante entrevista à Fox News. Ao todo, os EUA impõem taxas de até 245% sobre a importação de produtos chineses. Já o gigante asiático aplica taxas de até 125% sobre produtos norte-americanos. A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt
REUTERS
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou nesta quarta-feira (23) que não haverá redução unilateral nas tarifas sobre produtos importados da China. A declaração foi feita durante entrevista à Fox News.
Conforme documento divulgado na última semana pelo governo de Donald Trump, as taxas impostas pelos EUA sobre produtos chineses chegam a 245%, como resultado das "ações retaliatórias" do país asiático.
"Isso inclui uma tarifa recíproca de 125%, uma tarifa de 20% para abordar a crise do fentanil e tarifas da Seção 301 sobre bens específicos, entre 7,5% e 100%", diz o texto.
🔎 A Seção 301, da Lei de Comércio, foi projetada para abordar práticas estrangeiras injustas que afetam o comércio dos EUA e pode ser usada para responder a atos, políticas e práticas de governos estrangeiros que sejam "irracionais ou discriminatórios e que onerem ou restrinjam o comércio dos EUA", segundo o Departamento de Comércio dos EUA.
Na investigação da Seção 301, os EUA apuraram "práticas desleais" da China relacionadas à transferência de tecnologia, propriedade intelectual e inovação.
A atenção está em setores estratégicos para os asiáticos, como tecnologia da informação, fabricação de máquinas automatizadas e robótica, veículos de nova energia (NEVs), equipamento de aviação e voo espacial, entre outros.
Após a divulgação do documento, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, chegou a se manifestar sobre as tarifas de 245%.
"Podem perguntar ao lado americano o valor específico das tarifas", disse, ao reforçar que a China deve manter sua posição, informou o jornal estatal chinês Global Times. As tarifas do gigante asiático sobre produtos importados dos EUA chegam a 125%.
Em 2 de abril, no que Trump chamou de "Liberation Day" (ou "Dia da Libertação"), o governo americano impôs uma tarifa de 10% sobre mais de 180 países, além de individualizar tarifas recíprocas para os países com os quais os EUA têm os maiores déficits comerciais. As taxas chegaram a até 50%.
Desde então, segundo a Casa Branca, mais de 75 países já procuraram os EUA para discutir novos acordos comerciais e reduzir as tarifas. (entenda abaixo a guerra tarifária)
Para dar mais tempo para as negociações andarem, Trump anunciou uma "pausa" nas tarifas recíprocas individualizadas em 9 de abril, mantendo apenas as taxas de 10% sobre todos os países por 90 dias.
A exceção foi a China, que não procurou os EUA para negociar e retaliou o país, aumentando também as alíquotas das tarifas cobradas sobre as importações americanas.
Trump afirma que tarifas sobre produtos da China vão diminuir substancialmente
Entenda a escalada da guerra tarifária
A guerra tarifária se intensificou no dia 2 de abril, quando Trump detalhou as chamadas tarifas recíprocas, de 10% a 50%, sobre mais de 180 países. A partir de então, o principal foco ficou na guerra comercial entre EUA e China.
Como resposta ao "tarifaço", os chineses retaliaram os norte-americanos com taxas extras de 34% (da mesma magnitude) sobre os produtos importados do país. A partir de então, houve uma escalada nas alíquotas.
A falta de um acordo fez os EUA chegarem a uma taxa de 145% sobre produtos importados da China. Os asiáticos responderam com taxas de 125% sobre itens americanos, além de outras medidas, como a ordem para que companhias aéreas não recebam mais jatos da empresa americana Boeing.
Na última sexta-feira (11), governo Trump também isentou smartphones, laptops e outros eletrônicos do leque das tarifas recíprocas, conforme divulgação da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.
Com a decisão, esses produtos ficam de fora das tarifas de 145% impostas à China, principal polo de produção de eletrônicos como o iPhone, e da alíquota de 10% aplicada à maioria dos outros países.
No dia 13 de abril, Trump disse que a cadeia de eletrônicos não está sendo liberada de seu tarifaço, e destacou que o governo está analisando sua mudança apenas para uma nova categoria de tarifas.